A DIFÍCIL TAREFA DE VIVER DE PALAVRAS

"Escrevam um texto!"- Não consigo esquecer essas horríveis palavras que a professora de Português instrumental I disse no primeiro dia de aula.

A vida inteira fui acostumada a escrever, era uma das melhores alunas de redação, já tinha tido um texto meu classificado entre os 30 melhores da cidade e nas redações das 4 provas de vestibular que fiz só notas entre 9 e 10! Não tinha o que temer...Você que pensa!

Agora era diferente, eu estava na sala do I semestre de um curso de Jornalismo, e logo no primeiro dia de aula a professora pediu um texto. Pirei! Tudo mudou. Antes escrevia por prazer, sem me importar muito se as pessoas iam gostar ou não das minhas palavras, mas a partir daquele dia tudo mudou.

Vou ser jornalista, e essa profissão tem uma responsabilidade enorme. Tremi, suei,chorei e o texto não saiu. Pensei, do meu modo dramático de encarar as coisas: " Não posso escrever mais, agora tudo que eu colocar num papel será avaliado e ficará marcado na minha trajetória como boa ou má profissional. Logo, logo vou depender das minhas idéias e palavras pra viver!"

Não consegui colocar a cabeça no lugar e me convencer de que estava ali para aprender coisas novas e aperfeiçoar o que eu já sabia, talvez por imaturidade, tinha então 17 anos.

Três anos depois, aqui estou. Ainda sinto um frio na barriga toda vez que encosto a caneta no papel ou os dedos no teclado, mas já me convenci que são os erros que nos engrandecem. Falta um ano para sair da universidade,e lá fora não vou mais poder errar. Os dias passaram e eu me apaixonei mais pelo jornalismo, mesmo com muitos sonhos esquecidos, ilusões destruídas e descobertas assustadoras.

A responsabilidade aumenta a cada dia, lidar com notícias e divulgação de informações da melhor e mais imparcial maneira possível é o dever de qualquer jornalista.minhas palavras já foram divulgadas por aí através de alguns trabalhos que fiz na condição de estudante de jornalismo e junto a isso a confiança vai chegando. Gosto do que faço e é disso que quero viver.Sei que não vai ser fácil, mas estou "dando minha cara à tapa".